Olá pessoal, primeiro queria me desculpar por demorar a postar novamente, mas eu tive que me ocupar fazendo meu Trabalho de Conclusão de Curso que entreguei a versão final nesta sexta-feira.
Pois bem, agora estou livre, leve, solta, formada (praticamente falta só o canudo XD) e desempregada. Então estou aqui para começar minha enxurrada de postagens sobre as coisas que tenho lido/visto nos últimos tempos. Nada melhor do que começar com uma grande obra do Mangá no Kami-sama (Deus do Mangá), Osamu Tezuka. Hoje falarei sobre Metrópolis.
A versão brasileira de Metrópolis foi traduzida e publicada pela NewPOP Editora. Ele foi lançado há algum tempo, e é o primeiro mangá da editora que compro e leio. Meu primeiro contato, logo na loja, foi de curiosidade de ver como ele era, por que já de cara se repara no fato da capa ser mais dura do que as que eventualmente tem por aqui, mas diferente da capa normal da JBC, que é fina, esta é mais grossa e maleável, e contém orelhas, como se fosse um livro, ou uma graphic novel. Outro exemplo desse tipo de capa e bom preparo externo/interno é o de Miyuki-chan in Wonderland, que tem o selo de graphic novel da Editora JBC.
Após chegar em casa, comecei a analisar o mangá por dentro e percebi detalhes muito bons, como a qualidade boa do papel, que não é aquele papel básico da JBC que irrita todo mundo (menos a mim, que imagino os meio Tankōbon como apenas uma amostra do que deveria virar futuramente Tankōbon inteiro), e com uma impressão linda. Como sou da área de Artes, eu achei maravilhoso ver um trabalho, ainda mais um Tezuka, que se pudesse olhar com tanta nitidez as retículas. Os detalhes são estupendos, o que fez subir muito o conceito da NewPOP que já era alto pelo que ouvi falar dela já previamente.
Sinceramente, eu não sabia como era o estilo Tezuka de fazer mangás, e me surpreendi com o que achei dentro deste one-shot, que, por acaso, não tem divisão por capítulos. É um verdadeiro capítulo único.
Notei vários aspectos que devem ficar em outras obras (pelo menos as da mesma época do que estou falando =P) como o nonsense, sim, aquela coisa que parece sem sentido e louca. Eu tive essa impressão em várias partes, como quando o Michi aperta o dr. Lawton desmaia, e o garoto diz "vou aproveitar pra ir lá fora brincar", sem ao menos se preocupar com o pai (ele achava que era naquela parte da obra).
Outras coisas que observei foi a despreocupação do Osamu Tezuka em fazer referências ou se utilizar de coisas que já existentes pra lhe dar idéias para suas obras. Como os ratos gigantes com nome de Mikimaus Waltdisneus, uma citação nada discreta, não acham? (sem falar que Sherlock Holmes apareceu no meio da trama como personagem! XD) Além de ter a fala na página 120 "Se quiserem detalhes, terão que perguntar para as pessoas que estão lendo este mangá.". Além dessas referências, ele mesmo admitiu no posfácio que o character design do Michi, versão masculina e feminina respectivamente, serviu de base para o Astroboy e para Safire (A princesa e o cavaleiro).
Além disto, é fácil notar como Tezuka era um intelectual. Nesta obra, que tem caráter caricato em seu geral, trata de assuntos que até hoje são discutidos: os pontos negros, que podem facilmente ser relacionados com o aquecimento global, e o desenvolvimento da ciência e o rumo da humanidade, que, como o próprio Tezuka coloca dentro de seu mangá "Mas será que não vai chegar o dia em que os humanos vão se desenvolver tanto a ponto de se extinguirem com sua própria ciência?"
Por fim, destaco a capacidade de Tezuka formar um final inesperado, sem medo de fugir do comum e de causar estranheza a quem lê. Dado a isso, e muitas outras coisas que encontrei dentro desta obra, digo que sou atualmente mais uma apaixonada pelo trabalho de Osamu Tezuka, o eterno Mangá no Kami-sama.
Obrigado por lerem, e desculpem se pareci um pouco mais técnica, mas acho que estou atualmente acostumada demais a escrever assim devido ao meu TCC (=P)
Até logo! o/
Não tive nenhuma oportunidade de ler uma mangá do Osamu Tezuka efetivamente só um livro que conta parte de sua vida e obra (em formato de mangá): http://bit.ly/gmPgKo Mas depois dessa resenha fiquei com vontade de ler Metrópolis o difícil é achar em uma cidade tão pequena quanto a minha um exemplar que seja. Adorei seu blog, recomendado pela Valéria do Shoujo Café.
ResponderExcluirAté mais!